Tomomi Kogiso, Etsuko Hashimoto , Kuniko Yamamoto, Yuichi Ikarashi, Kazuhisa Kodama, Makiko Taniai, Nobuyuki Torii, Kazunari Tanabe, Hideki Ishida, Shohei Fuchinoue e Katsutos
Enquadramento/Objetivos: A infeção pelo vírus da hepatite C (HCV) não é rara nos recetores de transplante renal (TJ). As terapêuticas baseadas em interferão (IFN) são geralmente contraindicadas porque o IFN pode induzir rejeição grave do aloenxerto. Aqui, relatamos cinco casos que foram submetidos a terapia com medicamentos antivirais de ação direta (AAD) após TR e avaliamos os seus resultados clínicos.
Doentes/Métodos: Os cinco doentes [idade mediana; 55 (49-71) anos, 3 homens], foram tratados com terapia com DAA dirigido à protease NS5A e NS3 (daclatasvir, DCV e asunaprevir, ASV) durante 24 semanas após KT. Os imunossupressores prescritos foram os corticosteróides/alvo da rapamicina em mamíferos, tacrolimus e micofenolato mofetil ou azatioprina.
Resultados: Em todos os casos, o VHC adquirido era serológico tipo 1 com a estirpe L31 ou Y93 de tipo selvagem e o nível médio de RNA do VHC foi de 6,5 (5,7-6,7) log UI/mL. A mediana da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) foi de 39 (30-58) mL/min/1,73 m2. Todos os casos tratados atingiram uma resposta virológica sustentada (RVS). A monitorização terapêutica do tacrolimus exigiu ligeiros ajustes na dose de tacrolimus. Em relação aos eventos adversos, observou-se febre baixa e disfunção renal ligeira num caso aos 3 meses. Apesar da retirada do tratamento, este caso ainda obteve RVS. Os outros casos não apresentaram eventos adversos graves na função hepática ou renal.
Conclusões: Um regime de terapêutica DCV/ASV isento de IFN proporcionou uma elevada tolerabilidade e eficácia em recetores de KT positivos para o VHC, mesmo em condições imunossupressoras