Sassi Boughizane, Ons Cherif, Selma Chachia, Samir Hidar, Mohamed Bibi e Raja Briki
Resumo Objectivo: Avaliar a técnica de suspensão colpouterina lateral laparoscópica com tela para prolapso úterovaginal; especificar as suas indicações, vantagens e complicações e avaliar a sua taxa de sucesso. Doentes e métodos: Este estudo de coorte retrospetivo incluiu todas as mulheres tratadas por suspensão lateral laparoscópica com preservação do útero com tela para prolapso uterovaginal sintomático entre janeiro de 2008 e junho de 2016 no hospital terciário de referência Farhat Hached Sousse (Tunísia). Os dados recolhidos foram: sintomas funcionais pré e pós-operatórios e sistema de classificação do grau de prolapso (POP-Q), grau de desconforto pré-operatório e satisfação pós-operatória, taxa de complicações classificadas de acordo com o sistema de classificação Clavien para morbilidade cirúrgica. Resultados: Foram incluídos cento e doze doentes. Vinte e nove mulheres perderam o seguimento e foram, por isso, excluídas do estudo. A média de idade dos doentes foi de 49,02 ± 6,92 anos (29-69). Após um seguimento médio de 21 meses, a taxa de sucesso da redução anatómica com esta técnica foi de cerca de 94,8% e foram observados 4 casos de prolapso vaginal recorrente, 2 melhoraram parcialmente. O grau 0 foi encontrado em 58,4% e 70,1% dos casos, respetivamente, no piso anterior e médio. A taxa de sucesso para o andar anterior e médio foi respetivamente de 94,8% e 97,4%. Setenta doentes (84,3%) mostraram-se satisfeitos com o resultado funcional e o grau de satisfação pós-operatória foi de 8,1 ± 1,38 (4-10) em 10. Não foi necessária laparoconversão. Ocorreu uma perfuração da bexiga durante a dissecção, tendo sido necessárias suturas pré-operatórias. Foram observadas três complicações tardias (3,6%): dois casos de erosões da malha parietal, um caso de granulomas vesicais. Não se registaram casos de erosões da tela vaginal. Conclusões: Os resultados deste estudo demonstram que a suspensão colpouterina lateral laparoscópica no tratamento do prolapso genital apresenta bons resultados anatómicos e funcionais, sendo simples, reprodutível e segura. No entanto, necessitamos de dados de nível 1 comparando esta técnica a outros procedimentos cirúrgicos estabelecidos para o prolapso uterovaginal.