Borut Poljsak
Abstrato
A forma oxidada do nicotinamida adenina celular dinucleotídeo (NAD+) é atualmente um tema intensamente investigado na ciência da longevidade. Contudo, se o envelhecimento for considerado um mecanismo de defesa contra o cancro, deve ser implementada cautela relativamente à utilização de NAD+ e seus precursores. Na hipótese apresentada o NAD+ mostra-se como um importante fator relacionado com a formação e prevenção do cancro. A depleção de NAD+ com a idade pode desempenhar um papel importante no processo de formação do cancro, limitando (1) a produção de energia, (2) a reparação do ADN, (3) a estabilidade genómica e a sinalização. A interrupção de qualquer um destes processos pode aumentar o risco de cancro devido à estabilidade genómica prejudicada. O conteúdo de NAD+ é um fator protetor crítico na carcinogénese precoce e pode tornar-se um fator prejudicial posteriormente na progressão e fase de promoção do cancro. Nomeadamente, a restauração de NAD+ poderia prevenir ou reverter o fenótipo de células malignas em fases iniciais, induzindo a reparação celular e a resposta adaptativa ao stress, bem como regular a paragem do ciclo celular e a remoção apoptótica de células danificadas. Pelo contrário, durante a promoção, progressão e tratamento do cancro, os níveis aumentados de NAD+ podem ter efeitos deletérios no processo de malignidade devido à vantagem de crescimento, aumento da resistência e maior sobrevivência celular. Os níveis de NAD+ podem ser aumentados com exercício, restrição calórica e ingestão de precursores e intermediários de NAD+ ou podem ser aumentados com o uso de inibidores de PARP e CD 38. São apresentadas evidências que indicam que a modulação dos níveis de NAD+ pode ser importante na prevenção, iniciação e fase de progressão do cancro.