Opinião de especialistas em biologia ambiental

Análise da variabilidade da resposta embriológica de duas espécies de ouriço-do-mar às características espaciais e temporais - podem estes fatores influenciar as respostas em ensaios ecotoxicológicos padronizados?

Davide Sartori, David Pellegrini e Andrea Gaion

Análise da variabilidade da resposta embriológica de duas espécies de ouriço-do-mar às características espaciais e temporais - podem estes fatores influenciar as respostas em ensaios ecotoxicológicos padronizados?

A utilização de Equinodermes como organismos bioindicadores, nomeadamente em testes de emriotoxicidade com Paracentrotus lividus e Arbacia lixula, tem proporcionado à comunidade científica um número assinalável de estudos ecotoxicológicos. Nesta experiência, as respostas destas duas espécies foram analisadas considerando a variabilidade espacial e temporal de três populações distribuídas num raio de cerca de 10 km. As espécies testadas nesta experiência demonstraram uma resposta global substancialmente diferente em relação aos metais (p<0,001), sendo a Arbacia lixula a espécie mais sensível aos três locais diferentes e aos diferentes períodos do ano em que os adultos foram recolhidos. Houve uma diferença significativa entre as populações para ambas as espécies. O local mais afetado pela toxicidade do metal foi o Fortullino, que é a área menos impactada pelo homem. De um modo geral, como consequência da época de reprodução passada, os embriões desenvolvidos a partir de gâmetas recolhidos em maio foram os mais afetados neste estudo, confirmando observações anteriores recolhidas pelo nosso grupo de investigação. Não se registou diferença estatística entre a amostragem T1 (janeiro) correspondente ao início da época de reprodução e a amostragem T5 (novembro) de embriões relacionados com a amostragem, que teve o verão e o início do outono como período de recuperação para a produção de gâmetas.