Jornal de Hidrogeologia e Engenharia Hidrológica

O risco hidrogeológico global em Itália, uma ameaça muitas vezes subestimada

Giovanni Picarazzi

A Itália é um país que sempre foi “atingido” por roturas hidrogeológicas, deslizamentos de terras, inundações; as áreas altamente críticas representam 9,8% da superfície nacional e cobrem 89% dos municípios, onde existem 6.250 escolas e 550 hospitais, como documenta um interessante artigo sobre "Jornalismo de Dados" publicado pelo medialab de La Stampa (jornal italiano). Cerca de 6 milhões de pessoas em Itália estão ameaçadas por deslizamentos de terra e inundações. O seguinte trabalho pretende ser um contributo para a divulgação e circulação de uma cultura geológica correcta, num país onde não existe uma formação adequada em Ciências Geológicas nas escolas. Embora exista um serviço público de protecção civil muito eficiente e preparado para lidar com emergências na sequência de catástrofes, ainda é muito pouco o que os governos e as instituições gastam na prevenção de catástrofes que deve necessariamente passar pela formação e informação adequada dos cidadãos. O presente trabalho pretende também propor uma solução concreta para o problema, com a apresentação de um sistema simples mas inovador para mitigar os efeitos negativos das grandes superfícies impermeáveis ​​presentes nas nossas cidades. O Sistema HCS Hydro Control prevê a criação de microbacias “domésticas”, para armazenamento e reutilização de águas pluviais provenientes de superfícies impermeabilizadas. Seria muito interessante colocar em prática o método HSC apenas como uma experiência. Dada a vastidão e complexidade do levantamento, foram utilizadas sobretudo ferramentas cartográficas como mapas temáticos (mapa geológico de Itália, mapas de riscos naturais, boletins meteorológicos históricos e dados publicados em artigos jornalísticos, dados de monitorização ISPRA). A excessiva vulnerabilidade do território italiano deve ser procurada numa série de factores concomitantes, a começar pela estrutura geológica particular. A formação relativamente recente, do ponto de vista geológico de Itália e das ilhas excepto a Sardenha, remonta ao Miocénico Médio-Superior (há cerca de 8 milhões de anos), um período geológico muito curto, ao contrário do resto do continente europeu. Devemos também considerar as atividades humanas que só podem aumentar a vulnerabilidade do território: áreas rapidamente urbanizadas em áreas de risco, aumento de superfícies impermeáveis ​​e redução de linhas de escoamento de água. Existem também alguns exemplos de catástrofes, relacionadas com a instabilidade hidrogeológica, que atingiram a Itália: o deslizamento de terras de Vajont em 1963 e a propagação da poluição beta-hexacloro-ciclohexano nas terras do vale do rio Sacco, no sul do Lácio. A análise do risco hidrogeológico em Génova, sempre afectada por eventos aluviais, muitas vezes destrutivos, ligados à particular conformação geomorfológica do território, é um excelente ponto de partida para verificar a eficácia de uma importante obra hidráulica, a drenagem do Torrente Fereggiano em Génova, para a derivação, no caso de um poço cheio de 110 m3/s de água.

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