Ahmed Mohamed El Missiri e Mohamed Awad Taher
Efeito do programa de reabilitação cardíaca de fase 2 nos níveis de proteína C reativa de alta sensibilidade em doentes pós-intervenção coronária percutânea
Objectivo: Avaliar os efeitos do programa de reabilitação cardíaca fase 2 nos níveis de PCR-as em doentes revascularizados por intervenção coronária percutânea (ICP).
Métodos: Este estudo incluiu 80 doentes com história de enfarte agudo do miocárdio ou síndrome coronário agudo para os quais foi realizada revascularização coronária total por ICP. Os doentes foram randomizados em 2 grupos iguais; um inscreveu-se num programa de reabilitação cardíaca e o outro não. Foram avaliados os fatores de risco e o índice de massa corporal. A PCR-us foi medida no início do estudo e depois no final do programa de reabilitação cardíaca ou após três meses para os controlos.
Resultados: Não houve diferença significativa entre os doentes do estudo e dos controlos em relação às características basais. No início do estudo, a mediana da PCR-us foi superior no grupo de estudo 2,36 (0,63-10,6) vs 1,68 (0,57-10,1) mg/L (p=0,012) . Para o grupo de estudo, o IMC desceu de 29,6 ± 4,5 para 28,9 ± 4,3 kg/m2 (p=0,002) e o número de fumadores ativos foi reduzido (p<0,0001). A PCR-us foi reduzida de 2,36 (0,63-10,6) para 1,63 (0,57-7,91) mg/L (p=0,0006). Foram encontradas reduções significativas nos níveis de PCR-us em doentes não fumadores (p=0,018), não hipertensos (p<0,0001) e não diabéticos (p<0,0001). Para o grupo controlo, não se verificou alteração do IMC aos 3 meses (p=0,422) nem da PCRus (p=0,145). A comparação dos grupos de estudo e de controlo no seguimento revelou uma PCR-us mais baixa no grupo de estudo 1,63 (0,57-7,19) vs 2,4 (0,8-7,85) mg/L ( p=0,003).
Conclusão: A participação no programa de reabilitação cardíaca fase 2 leva a uma redução significativa dos níveis de PCR-us em doentes com cardiopatia isquémica totalmente revascularizados por ICP. O número de fumadores ativos e o IMC também são reduzidos.