Revista de Medicina Regenerativa

Células-tronco

As células-tronco se distinguem de outros tipos de células por duas características importantes. Primeiro, são células não especializadas, capazes de se renovarem através da divisão celular, às vezes após longos períodos de inatividade. Em segundo lugar, sob certas condições fisiológicas ou experimentais, elas podem ser induzidas a se tornarem células específicas de tecidos ou órgãos com funções especiais. Em alguns órgãos, como o intestino e a medula óssea, as células estaminais dividem-se regularmente para reparar e substituir tecidos desgastados ou danificados. Noutros órgãos, contudo, como o pâncreas e o coração, as células estaminais só se dividem em condições especiais.

Até recentemente, os cientistas trabalhavam principalmente com dois tipos de células-tronco de animais e humanos: células-tronco embrionárias e células-tronco não embrionárias "somáticas" ou "adultas". Os cientistas descobriram maneiras de derivar células-tronco embrionárias de embriões de camundongos há mais de 30 anos, em 1981. O estudo detalhado da biologia das células-tronco de camundongos levou à descoberta, em 1998, de um método para derivar células-tronco de embriões humanos. e cultivar as células em laboratório. Essas células são chamadas de células-tronco embrionárias humanas. Os embriões utilizados nestes estudos foram criados para fins reprodutivos através de procedimentos de fertilização in vitro. Quando não eram mais necessários para esse fim, eram doados para pesquisas com o consentimento informado do doador. Em 2006, os pesquisadores fizeram outro avanço ao identificar condições que permitiriam que algumas células adultas especializadas fossem “reprogramadas” geneticamente para assumir um estado semelhante ao das células-tronco. Este novo tipo de célula-tronco é conhecido como células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs).

As células-tronco são importantes para os organismos vivos por vários motivos. No embrião de 3 a 5 dias de idade, chamado blastocisto, as células internas dão origem a todo o corpo do organismo, incluindo todos os muitos tipos de células e órgãos especializados, como coração, pulmões, pele, esperma, óvulos e outros. tecidos. Em alguns tecidos adultos, como medula óssea, músculo e cérebro, populações distintas de células-tronco adultas geram substitutos para células que são perdidas por desgaste normal, lesão ou doença.

Dadas as suas capacidades regenerativas únicas, as células estaminais oferecem novos potenciais para o tratamento de doenças como diabetes e doenças cardíacas. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito no laboratório e na clínica para compreender como utilizar estas células em terapias baseadas em células para tratar doenças, o que também é referido como medicina regenerativa ou reparadora.