José Diomedes Barbosa, Jenevaldo Barbosa da Silva, Alessandra dos Santos Belo Reis, Henrique dos Anjos Bomjardim, David Driemeier3, Felipe Masiero Salvarani, Cairo Henrique Sousa de Oliveira, Carlos Magno Chaves Oliveira, Marilene de Farias Brito
A tecnificação da suinicultura nas últimas décadas levou a uma redução significativa da ocorrência de parasitismo helmíntico. No entanto, a produção de suínos em sistemas caipiras é ainda uma realidade comum em zonas rurais do Brasil, como a Ilha do Marajó, no Estado do Pará, um bioma amazónico brasileiro. Assim sendo, o presente trabalho descreve os principais achados parasitológicos e anatomopatológicos de seis suínos de uma amostra de 23, de diferentes faixas etárias, criados em condições de caipira em pastagens nativas na Ilha do Marajó. Durante o abate, foi detectada a presença de Stephanurus dentatus nos ureteres e na pélvis renal, Macracantorhynchus hirudinaceus no intestino delgado e Trichuris suis no ceco e cólon nestes seis porcos. Os resultados histopatológicos mostraram diferentes tipos de lesões, incluindo infiltrados granulomatosos ligeiros nos gânglios linfáticos, inflamação granulomatosa e pigmento castanho nas amígdalas, hiperqueratose no esófago e estômago não glandular, pulmão com pigmento escuro nos bronquíolos e macrófagos intra-alveolares, bem como como metaplasia escamosa das glândulas peribrônquicas, hemossiderose no baço, fígado com acentuada hematopoiese extramedular, hepatite ligeira e abcesso provocados por migração parasitária com eosinófilos, edema intestinal e lipofuscinose neuronal na medula espinal. A partir destes achados, pode-se inferir que os suínos caipiras da Ilha do Marajó são suscetíveis a helmintos, refletindo o elevado grau de contaminação ambiental em que estes animais são criados, e que tais ecossistemas podem funcionar como reservatórios destes agentes. As infeções por helmintos levam a perdas na suinicultura no bioma Amazónia, mostrando a importância do controlo estratégico destes parasitas.