Joel Ehrenzweig, Peter Friedman e Anthony Martin
O desenvolvimento de medicamentos veterinários e terapêuticos tem sido tradicionalmente baseado na teoria do “reducionismo”, quando (1) um estado clínico é dividido numa via bioquímica definida subjacente à doença; (2) é identificado um alvo na via; (3) é desenvolvido um fármaco que interage com o alvo; e (4) o alvo é modificado para melhorar a doença. Mas os sistemas biológicos são extremamente complexos e a abordagem reducionista para o desenvolvimento de soluções terapêuticas é limitada: os tecidos doentes ou traumatizados envolvem frequentemente múltiplas vias subjacentes. A verdadeira mitigação de um processo de doença que permita plenamente a cura do doente requer uma abordagem multifacetada e baseada em sistemas.
Uma solução para este enigma reducionista pode ser encontrada na utilização de terapias baseadas em células estaminais. Dados significativos explicam como as células estaminais reparam e regeneram os tecidos e modulam o sistema imunitário: Até 80% dos efeitos benéficos das células estaminais resultam da sua capacidade de libertar uma multiplicidade de moléculas. Estas moléculas libertadas pelas células estaminais (SRM) modulam o meio celular para evocar uma infinidade de respostas das células vizinhas. As células estaminais representam uma “fábrica” biológica natural, baseada em sistemas, produzindo e libertando uma série de moléculas capazes de interagir com o sistema de circuitos biomoleculares subjacentes a uma variedade de indicações.
A investigação atual inclui esforços para definir, estimular, melhorar e aproveitar o SRM, facilitando o desenvolvimento de novos produtos tópicos e sistemas terapêuticos. Até agora, os avanços no desenvolvimento de produtos baseados em SRM concentraram-se exclusivamente em aplicações na saúde humana. Este artigo discute o potencial de tradução e a promessa significativa de medicamentos e terapêuticas humanas existentes reutilizados e a sua aplicação em tratamentos de animais de companhia.