Analisa Passariello
Resumo
Objectivo: Explorar a ingestão alimentar de uma coorte de crianças com cancro em comparação com uma coorte de crianças saudáveis da mesma idade.
Métodos
Inscrevemos como controlos crianças com diagnóstico confirmado de cancro (tumores sólidos, malignidades cerebrais e sanguíneas) com idades compreendidas entre 1 e 18 anos e crianças da mesma idade. Um registo alimentar padronizado de 3 dias foi recolhido por um nutricionista que desconhecia o diagnóstico. As diferenças de consumo de nutrientes foram comparadas por
testes paramétricos e não paramétricos, conforme apropriado. Foi utilizada uma análise discriminante multivariada para identificar os nutrientes mais eficazes para discriminar entre doentes e controlos.
Resultados
A dieta dos doentes com tumores sólidos diferiu da dos controlos: consumiram um nível mais baixo de gorduras monoinsaturadas, um nível mais elevado de carga ácida renal potencial e tiveram uma menor ingestão de vitamina E e B6. As crianças com doenças malignas no sangue apresentaram maiores diferenças em relação aos controlos: consumiram menores quantidades
de calorias, proteínas, hidratos de carbono, gorduras monoinsaturadas, fibras e maiores quantidades de potencial carga ácida renal e colesterol. Uma análise multivariada criminou os doentes com malignidade sanguínea pelos controlos, com 90% de eficiência, por menor ingestão de vitamina E, B6, gorduras saturadas, amido e maior ingestão de sódio e
vitamina A.
Conclusões
Esta extensa análise de nutrientes mostrou desequilíbrios na ingestão alimentar recomendada em crianças afetadas pelo cancro, com nutrientes significativamente menos protetores.